
Nos primeiros 10 anos após o 25 de Abril de 1974, Portugal não dispôs de Serviços de Informações civis. Só após uma sucessão de acontecimentos violentos no início da década de 1980 foi decidido dotar o país de organismos capazes de produzir as informações necessárias à salvaguarda da segurança nacional.
Em 1984 foi publicada a Lei-Quadro do SIRP, que definiu as bases gerais do Sistema, os limites da atuação dos Serviços, bem como os órgãos e poderes de fiscalização. Foi prevista a criação de três organismos: o Serviço de Informações de Segurança (SIS), o Serviço de Informações Estratégicas de Defesa (SIED) e o Serviço de Informações Militares (SIM).
O SIS foi criado no ano seguinte e iniciou a atividade operacional em 1986, adiando-se a criação do SIED e do SIM.
Uma década mais tarde, uma alteração à lei orgânica do SIRP extinguiu o SIM e atribuiu a componente militar das informações ao SIED. Assim, em 1995, nasceu oficialmente o Serviço de Informações Estratégicas de Defesa e Militares (SIEDM).
Na sequência dos ataques terroristas de 11 de Setembro de 2001, entendeu-se que a crescente ligação entre os contextos nacional e internacional justificava uma maior coordenação entre Serviços. A alteração da Lei-Quadro do SIRP procurou responder a esta questão com a criação da figura do Secretário-Geral do SIRP, a quem foram atribuídas funções de coordenação e direção dos Serviços. O SIEDM perdeu a vertente militar, regressando à designação original de SIED. Ambos os Serviços passaram para a tutela direta do Primeiro-Ministro.
O processo de fusão de topo do Sistema de Informações prosseguiu em 2007 com a criação de estruturas administrativas comuns de apoio aos dois Serviços de Informações: Recursos Humanos, Finanças e Apoio Geral, Tecnologia de Informação e Segurança.
Heráldica

As Armas
Escudo de negro, uma muralha de prata de três portas, acompanhada em chefe de duas lucernas a da sinistra voltada e em ponta de uma esfera armilar, tudo de ouro;
Elmo militar de prata, forrado de vermelho, a três quartos para a dextra;
Correia de vermelho, perfilada e fivelada de ouro;
Timbre – uma Fénix de prata, coroada de ouro, em sua fogueira de imortalidade de vermelho;
Divisa – num listel de prata, ondulado, sotoposto ao escudo, em letras de negro, maiúsculas, de estilo elzevir: “E COM FORÇA E SABER, QUE MAIS IMPORTA”;
Simbologia
O negro do campo lembra a noite que escondeu o ataque de D. Afonso Henriques a Santarém. Simboliza a soberania, defendida com firmeza e apego ao território;
A muralha, com a sua resistência e controlo sobre vastas áreas, é símbolo de defesa e segurança, dois atributos de independência nacional;
As ameias exortam para dois importantes predicados: a vigilância e o domínio, características do criterioso labor no âmbito das informações. São em número de sete, numa alusão aos castelos das armas nacionais;
As três portas da muralha aludem às portas do castelo de Santarém (Sol, Santiago e Atamarma), que, do ponto de vista estratégico, se revelaram de uma importância fundamental, para a conquista da cidade. Esses acessos foram ultrapassados pela valiosa recolha de informações e sua oportuna e criteriosa utilização;
As lucernas acesas, símbolos de sabedoria e conhecimento, são os atributos fundamentais de um organismo de informações vocacionado para a defesa nacional e segurança interna. A iluminação direcionada para o exterior está associada ao estudo além-fronteiras e revela o permanente acompanhamento internacional;
A esfera armilar, símbolo tradicional da nossa epopeia universal, da diáspora portuguesa, da lusofonia e dos interesses estratégicos de Portugal no mundo, é outra alusão às armas nacionais e a afirmação da participação do SIRP no esforço nacional;
A Fénix, sinal de imortalidade e renovação, perpetua a profunda alteração do estatuto do Secretário-Geral e sua missão através da Lei Orgânica n.º 4/2004, de 6 de novembro, que deu corpo a um conceito de inovação (modificou a Lei-Quadro do SIRP);
A divisa: “E COM FORÇA E SABER, QUE MAIS IMPORTA” – Lus. X – 71, determina, com antecedência de vários séculos, as características que, juntamente com a dedicação e o ânimo, são os principais valores e qualidades, que devem orientar o SIRP, em busca constante da perfeição e êxito no desempenho;
Os esmaltes significam:
O ouro – força e sabedoria;
A prata – verdade e eloquência;
O vermelho – firmeza e segurança;
O negro – discrição e obediência.