Mensagem

Assumo o cargo de Secretário-Geral do Sistema de Informações da República Portuguesa num momento crítico para a segurança internacional.

Este contexto é marcado pelo impacto transversal de novos conflitos na segurança económica e energética, pelo exacerbar de ideologias extremistas e terroristas que visam subverter os valores fundamentais das sociedades democráticas, pela tentativa sistemática de Estados hostis em alcançar vantagens competitivas através de espionagem, interferência ou sabotagem, e pela persistente ação de grupos e organizações criminosas internacionais que instrumentalizam o tecido social e infiltram administrações públicas.

Simultaneamente, estas e outras ameaças encontram no mundo online o espaço vital para ampliação, aceleração e dissimulação, criando novas vulnerabilidades que afetam diretamente a segurança no mundo físico.

Neste quadro de instabilidade e incerteza, as informações estratégicas de defesa e de segurança assumem uma relevância acrescida, constituindo pilares fundamentais para a proteção do Estado de Direito democrático, para a defesa dos direitos, liberdades e garantias dos cidadãos e para a salvaguarda do interesse nacional. A missão essencial dos Serviços de Informações é antecipar e alertar para a ação dos múltiplos agentes de ameaça, identificar e descrever vulnerabilidades, e reconhecer e mitigar os seus impactos negativos. É esta a responsabilidade e o dever dos Serviços de Informações portugueses.

Este é o meu compromisso como Secretário-Geral do SIRP para com o Estado e os cidadãos.

Mais do que nunca, a garantia de segurança exige uma atuação coordenada e colaborativa. Os estreitos laços de cooperação nacional com as forças de segurança são instrumentos fundamentais para ampliar o conhecimento sobre os agentes de ameaça e delinear estratégias conjuntas para impedir a sua atividade em território nacional, no estrito respeito pelas competências específicas de cada entidade. Num panorama de ameaças globais, os mecanismos de cooperação com serviços de informações de mais de 100 países, bem como a participação em grupos e plataformas multilaterais de partilha de informações, constituem um ativo estratégico onde os Serviços de Informações portugueses contribuem de forma relevante para a segurança global.

Liderar o Sistema de Informações da República Portuguesa é, assim, um extraordinário desafio que assumo com honra, sentido de dever e espírito de missão. Garantir que os Serviços mantêm o grau de excelência que tem marcado a sua história, que estão preparados para responder à complexidade e volatilidade do presente e que dispõem dos meios, recursos e resiliência necessários para enfrentar os desafios do futuro será a minha principal responsabilidade.

 

O Secretário-Geral do SIRP,

Embaixador Vítor Sereno